terça-feira, 24 de maio de 2011

Maré de Agilidade - Pantanal - Meus 2 Cents

Neste post vou colocar meu ponto de vista sobre o Maré de Agilidade edição Pantanal. Vou abordar também todo o ecossistema deste evento que, graças ao pessoal da Jera Software Ágil, tive o prazer de olhar mais de perto. Obviamente, o objetivo deste post não é detalhar o conteúdo, mas mostrar como pode ser bom para vida pessoal e profissional participar de eventos deste tipo.

Não tem como falar desse Maré sem falar da Jera Software Ágil, então vamos começar por ela.



Saí do aeroporto direto para a empresa e tive uma ótima surpresa quando cheguei. O que vi foi um excelente exemplo de estrutura 2.0. O "ambiente lúdico que favorece a capacidade criativa" é colocada em prática em toda a sua plenitude. Realmente os caras estão de parabéns. Recebi autorização dos sócios para divulgar esta estrutura (esta transparência é mais um belo exemplo do pensamento 2.0), e vocês podem acessar aqui.

Neste primeiro dia, tive a oportunidade de conhecer o Paulo Vasconcellos, grande pensador que fala muito sobre a importância do Analista de Negócios. O Paulo estava ministrando o FAN - Formação de Analista de Negócios, para o qual tive a grande honra de ser convidado a participar como ouvinte. Além do curso, ele também fez a primeira apresentação do sábado de palestras.

Tive a oportunidade de conversar com ele durante cerca de 1h30m, quando debatemos sobre processos ágeis (natural), papel do analista de negócios, experiencias (dele) sobre aplicações dos métodos ágeis em pequenas, médias e grandes empresas, processos do negócio, processos 1.0 e por aí vai.

Neste mesmo dia, conheci pessoalmente o Felipe Rodrigues, que já acompanhava há algum tempo, via web. Inicialmente não conversamos muito, mas quando fomos para o HHA, os assuntos mais diversos começaram a brotar. Quando o Paulo Vasconcellos veio para mais próximo de nós, tive um dos debates mais frutíferos e relevantes até então. Falamos sobre design OO, Scrum, XP, empresas 1.0, 2.0, DCI. Neste ínterim, para a minha surpresa, o Felipero também me convidou para participar como ouvinte do curso de DDD - Domain Driven Design, o que obviamente também me deixou muito honrado. A minha sexta feira já estava completamente ocupada com ótimas oportunidades de aprender com estes caras.

Acabou o HHA e fui para o hotel ansioso para os dois cursos que teria no dia seguinte e com a impressão que este seria um dos melhores eventos que já participei.

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Na sexta, a minha expectativa se confirmou. O FAN do Paulo Vasconcellos me trouxe ótimos temas para refletir. Sua visão sobre análise de negócios é muito bem estruturada e sua grande experiência ajuda no entendimento de questões que naturalmente são confusas para a maioria dos desenvolvedores.



Na sua abordagem, o Paulo faz uma mescla entre teoria e prática, utilizando muita dinâmica com os presentes.


Devido a sua didática e característica de ouvir opiniões, o curso fica leve e muito rico em discussões.

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O curso de DDD do Felipe tem um formato interessante, por ser muito prático.



É dado um tema, alguns contextos e várias equipes são formadas. Estas equipes escolhem em que linguagens desenvolverão e estes módulos são integrados para nascer a aplicação. Muitos debates interessantes e o Felipe sempre interfere dando dicas de boas práticas de desenvolvimento. Após "sprints" de 40 minutos o código é projetado no quadro para que seja analisado. Uma das melhores abordagens para este tipo de curso que já vi.

Apesar de algumas discussões mais ríspidas, o clima é bem descontraído e achei que funcionou bem.


Fomos para a Jera e demos uma mãozinha na ordenação e arrumação dos crachás do evento.




Saímos para o HHA e, mais uma vez, discussões interessantes aconteceram. Desta vez, mais pessoas participaram.

No sábado chegou o dia das palestras.


Paulo Vasconcellos

Abordou aspectos relacionados a análise de negócios, e conforme prometido, falou um pouco sobre DCI.



Saulo Arruda

Um dos sócios da Jera, fez uma analogia interessante, entre o ciclo de vida profissional e o ciclo de vida do ser-humano. Mostrou com argumentos claros e de forma descontraída, como podemos evoluir em nossa carreira e como criarmos um modelo mental para possibilitar essa evolução.



Felipe Rodrigues (felipero)

Tratou de diversos temas relacionado a coach, mas dou destaque à questão do comprometimento, quando ele disse que, para as pessoas estarem comprometidas com o resultado, não precisa, necessariamente, estarem trabalhando 12/14 horas por dia, concluindo que isso é mais um sinal de problema no modelo atual da empresa que necessariamente um sinal de comprometimento. Vale destacar também a citação que fez ao artigo sobre Metalhoria, escrito pelo Manoel Pimentel, em dezembro do último ano.



Paulo Silveira 

Eu já tinha assistido, mas ver o Paulo em live coding sempre é uma oportunidade interessante, já que é bom vermos como pessoas ligadas em boas práticas estão codificando. Falou sobre TDD (Test Driven Development), e como um bom design pode favorecer a criação de testes automatizados.



Robson Castilho

Como, o Paulo Silveira, também fez live coding, mas agora em .NET. Esta apresentação, como dito pelo próprio apresentador, foi mais introdutória que a do Paulo. Este foco foi importante pois, segundo algumas pessoas com quem conversei, esta cultura não está enraizada no mundo .NET. Normalmente, apenas os expoentes da plataforma estão testando antes.



Alexandre Gomes

Como sempre, a apresentação do Ale foi um soco na zona de conforto. Abordou desde comportamento das empresas até formato dos eventos. Afirmou que existem formas mais eficientes de conseguir resultado na empresa que controlando o funcionário demasiadamente. E essa forma é, quem diria, cobrando resultado. Pode parecer lógico, mas na prática as empresas preferem bloquear facebook, twitter, blogs (inclusive de tecnologia) e qualquer coisa que "possa afetar a produtividade do funcionário". Bem, se procurarmos "Pensamento 1.0" no dicionário, esta frase estará como uma de suas definições.



Só para complementar o que foi dito sobre "bloqueio de web 1.0", a foto abaixo foi tirada na Jera, uns 10 minutos antes do almoço, em plena segunda-feira.


Nada foi combinado, o Saulo pegou o violão e achei que seria uma grande foto. Os caras tem uma banda dentro da empresa e um videogame com uma televisão de LCD que é maior que a da minha sala. Na sexta, algumas pessoas estavam jogando videogame. Talvez por isso, as pessoas que trabalham na Jera tenham um comprometimento maior com o resultado. Não entregou por que ficou tocando violão ou jogando videogame, ou no twitter, ou no facebook, conversa. Continuou, demite. Hoje a maioria dos desenvolvedores têm smartfones. Será que este tipo de bloqueio na internet da empresa funciona ou é para inglês ver? Será que as pessoas estão entregando mais e com mais qualidade porque a internet é bloqueada?

Além da maior eficiência no resultado, o ambiente na Jera faz com que a pessoa vá para o escritório motivada. O ambiente lúdico favorece a criatividade.

Por fim, tivemos mais um #HHA sensacional onde os mais diversos assuntos foram abordados, desde futebol ao Lean e suas implementações mais obscuras.

Deixei o estado do Mato Grosso do Sul com a certeza de que este tinha sido um dos melhores eventos dos quais eu já participei.

2 comentários:

  1. Taí Carioca, você falou uma coisa que eu precisava dizer: foi um dos melhores eventos dos quais já participei também.

    Parabéns! Abraços,

    Paulo Vasconcellos

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  2. Show!! Obrigado a você por ser nossa "liga" durante várias, e muito ricas, discussões!

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